CULTURA EM TEMPOS DE TREVAS

    



 A  Cultura sertaniense vem vivendo uma nova fase , desde que a ACORDES- Associação Cultural de Sertânia vem fazendo um vasto trabalho de unir os artistas e os apreciadores da Cultura, emponderar nossos potenciais, resgatar mestres, impulsionar ícones e revelar novos talentos, sobretudo com o Projeto Cantares da Terra, evento mensal de arte e cultura de Sertânia, que acontece sempre na primeira sexta-feira de cada mês.Recentemente, outra ação vem  contribuindo para que visualizemos um novo horizonte para fortalecimento das ações culturais e  desenvolvimento das manifestações artísticas.  


      Estamos falando da realização do Edital da Lei Aldir Blanc. Num primeiro momento os artistas e fazedores de cultura puderam  participar de uma oficina, onde aprenderam as noções básicas de elaboração de um projeto cultural, sob a orientação do Produtor cultural Alexandre Melo, Produtor cultural recifense , do grupo NOS POS.  Num segundo Momento , o das inscrições das propostas, pudemos testemunhar  um verdadeiro mutirão de todos  e todas para se ajudarem no preenchimento dos formulários e garantir  que cada um pude sse participar. Num terceiro momento , tivemos a oportunidade de verificar a seriedade e a isenção na seleção dos projetos selecionados, onde não houve espaço prá nenhum tipo de discriminação , quer seja de nível político-partidário, quer seja de caráter econômico-social, religioso, de sexo, cor ou estético. Em todos estes momentos ficou evidenciado o incentivo, o apoio e assistência  das equipes das Secretarias de Cultura, da Assessoria Juridica e  da Secretaria de Desenvolvimento social , ambas do Município de Sertania,, Tendo a frente as pessoas de Tácio Henrique, Felipe Moraes e Ricardo Pinheiro,  que de tudo fizeram para que todas as pessoas inscritas pudessem atender os critérios e serem  beneficiadas. 


       O Edital local contemplou todas as áreas e linguagens artísticas: Música, teatro, dança, Literatura, áudio-visual, artes plásticas, artesanato, Festas tradicionais, Cultura Popular, folclore, Patrimônio Histórico, festivais , etc.  Cerca de 277 Mil reais , este montante, bastante modesto, proporcionou uma pequena revolução cultural  da economia criativa em nossa comunidade, recursos que foram distribuídos prá inúmeros artistas, grupos e coletivos, proporcionando remuneração de artistas, técnicos, aquisição de materiais e serviços, geração de empregos e renda, dinheiro que circulou na cidade, fortalecendo a economia local, aquecendo o comércio e prestadores de serviços e gerando divisas para o  município, através de impostos. Cerca de  300 empregos diretos ( Tudo isto , por um valor que se gasta muitas vezes num cachê  de uma atração famosa , de um show de duas horas numa festa da exposição ou outra, e que apesar do movimento, pouco fica prá cidade e prá cultura, além da circulação naquele curto espaço de tempo, pois o valor pago de cachê a atrações famosas de fora  se vai, nada deixa prá Sertânia. Nada Contra este tipo de atração, mas apenas pra efeito comparativo).  Ao mesmo  tempo, estimulou artistas a produzirem , chamou atenção da população para a riqueza  cultural e artística  que temos aqui em Sertânia, oferecendo uma vitrine jamais  proporcionada, elevando inclusive a auto estima da nossa gente, orgulhosa de  seus artistas. Só na música, tivemos 26 lives musicais, com mais de 35 mil acessos ,que  levam de Sertânia para o mundo uma imagem positiva de nossa terra, Pátria-mãe de artistas e artesãos , República da Poesia , Berço nacional de Poetas e escritores, Capital Literária do Sertão, cidade referência nacional em literatura e leitura.  Tudo isto num clima de união e partilha, colaboração mútua Entre a classe artística, poder público, entidades representativas e sem contaminação nenhuma pela politicagem de qualquer pastoril partidarizante. O Respeito recíproco, o diálogo e a amor pela arte e pela cultura do Sertânia quando fala mais alto, todos ganham, sobretudo a nossa terra e a nossa gente.


       Lamentável é, que pessoas que não se informam das questões culturais procurem misturar alhos com bugalhos, buscando apenas fazer politicagem. A lei Aldir Blanc, iniciativa do congresso nacional, cuja autora foi a Deputada Benedita da Silva é uma dos muitos instrumentos legais de incentivo  e patrocínio a cultura dos vários níveis de governo, que já beneficiaram  a cultura no Brasil , em Pernambuco e em Sertânia. Inclusive , nós através da ACORDES- Associação Cultural de Sertânia, tivemos vários projetos aprovados tais como : FLIS- Festival Literário do Sertão ( Prêmio Nacional Viva Leitura / Ministério da Educação/ Ministério da Cultura / 2009 ), Estruturação da Casa da Cultura de Sertânia ( Programa BNB DE CULTURA/ Banco do Nordeste, 2010), Cordelteca Intinerante ( Exposição, apresentação da CORDELTECA- Biblioteca de cordel , Realização do CLICOS- Concurso Nacional de Literatura de Cordel de Sertânia- e edição do livro Antologia poética/ Programa Mais Cultura / Ministério da Cultura, 2011), Festival Gato Velho de Cantadores de Sertânia (Programa Mais Cultura / Ministério da Cultura, 2012 ), entre outros, só para ficarmos nestes.  Pessoas que não participam, não procuram contribuir e nem ouvir e falam sem saber do que estão dizendo tem apenas a intenção de desinformar e enganar as pessoas. 


         Querer atribuir ao Governo Bolsonaro qualquer benefício a cultura , mais que querer ganhar no grito e  pegar carona numa ação de deputados e senadores,( a qual o próprio Bolsonaro foi contra e só  sancionou depois de muitas pressões) é algo que agride nossos ouvidos e nossa consciência,  e soa como um grito que mistura insanidade e desespero. Bolsonaro como todo fascista que se preze, é uma pandemia na cultura, pois se orgulha de sua ignorância e estupidez, de perseguir a educação e a ciência, de ser contra o saber, a filosofia, a sociologia, a medicina e outras áreas científicas. No seu governo,  acabou com o Ministério da Cultura, reduziu drasticamente as verbas culturais , extinguiu órgãos, cortou recursos e programas.  A  Secretaria Nacional de Cultura ficou bolando : primeiro como patinho feio do Ministério da Cidadania, depois jogada prá o Ministério da Educação e agora  atirada prá o Ministério do Turismo, atualmente dirigido por um Sanfoneiro fake news, que nos anos de auge do forró de plástico, dublava forró numa banda chamada “Brucelose”, curiosamente a doença que atinge “Gado”, mas   que agora profana o forró autêntico nordestino prá fazer proselitismo eleitoreiro tocando o clássico “Asa Branca”, forçando uma barra que jamais vai conseguir: entrosar o Bozo genocida com os nordestinos sertanejos , aos  quais   até pouco tempo atrás ofereceu capim e chamava a todos nós pejorativamente de " Paraíbas" Este sanfoneiro fake news, sanfoneiro do forró de plástico, da “Cultura do Gado”, herdeiro de um notório usineiro, que quando deputado ficou conhecido como “Gilson Cimento”, por trocar votos por este material de construção é hoje  Ministro do Turismo  genocida, que no pico de uma pandemia, incentiva as pessoas irem a praia prá fazerem aglomeração. Ministro genocida sanfoneiro fake news, que passou a vida deturpando as legitimas tradições de nosso forró e hoje posa  de defensor do legado  de  Luiz Gonzaga.  Ao Apelar pra  tentativa de se apropriaram de Simbolos  do Sertão como um chapéu de couro e uma Sanfona , Bozo , seu  Ministro Sanfoneiro Fake news e seus seguidores  aloprados são apenas uma Triste caricatura que lembram  Zebedeus ,  na sua  doentia obsessão de Poder , que revoltam - se aos gritos diante da indiferença dos sertanejos e do desprezo Popular e acabam mergulhando  na Demência mental total e absoluta. 


          Não satisfeito,  essa gente finge não vê que Bolsonaro  tenta ressuscitar a censura  aos filmes brasileiros, acabou com os editais de cultura das estatais : do Petrobrás cultural, BNB DE Cultura e do BNDS.  Nomeiou dirigentes  culturais fascistas e bizarros, que fizeram o Brasil passar vergonha no exterior. Na Fundação Palmares, que na gestão do Ministro Gilberto Gil, teve como presidente a brilhante sertaniense  de Albuquerque-Né , Bernadete Lopes( minha prima ),  Agora Bolsonaro colocou na presidência de tal órgão  um negro que diz, que a escravidão  só  fez bem aos negros e lhes trouxe muitos beneficios. Veja até onde chegam. 


        Os grupos, as entidades , os artistas e as pessoas que fazem cultura em Sertânia querem apenas fazer seu trabalho, unir esforços em comum , dialogar e fazer parcerias com o poder público ( independente de quem sejam os seus ocupantes ) e promover o nome de Sertânia, contribuindo com o desenvolvimento, fazendo a sua parte.  Que a  cultura e a arte como festas puras do espírito humano , capazes de harmonizar os seres, promover a alegria, a doçura, a leveza, a reflexão, a delicadeza e a paz de espírito  possam tocar fundo os corações e as mentes das pessoas como um sopro de luz nestes tempos trevosos , de mentalidades que se perdem na perturbação do ódio e da agressividade. Como diz  Poeta, cantor e compositor sertaniense Laílton Araujo, da Banda Moxotó, filho de seu Luiz Pintor: “Pela Saúde no interior da arte: Liberdade!”.


Josessandro Andrade

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